Cadeira de PVC reabilita paciente com Covid-19 internos na UTI do Hospital da Mulher

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Cadeira de PVC reabilita paciente com Covid-19 internos na UTI do Hospital da Mulher

Equipamento idealizado por fisioterapeutas possibilita maior autonomia para que consigam ficar em pé novamente após longo período de coma

Para reabilitar os pacientes de Covid-19 internos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a equipe de fisioterapia do Hospital da Mulher, em Maceió, viabilizou a confecção de cadeiras de PVC.  O equipamento ajuda o paciente na sedestação à beira leito, ou seja, em seu controle de tronco para que ele possa ficar em pé novamente, principalmente após longo período em coma.

A cadeira de PVC é colocada na cama, onde o paciente vai estar sentado e apoiado com seus braços nas partes laterais. Nos caos de pacientes intubados, a equipe vai trabalhar o controle de tronco, visando favorecer o desmame da ventilação mecânica. Para os não intubados, a atuação irá focar na parte motora, tanto dos braços (no autocontrole do tronco e da cervical), quanto do quadríceps.

“Como os pacientes de Covid-19 estão sentados à beira do leito, a cadeira vai dar o apoio necessário para que a equipe consiga treinar o controle, tanto da cabeça quanto do restante do corpo. Essa ação vai ajudá-lo em sua recuperação, sobretudo, na parte respiratória”, explicou a coordenadora de fisioterapia do Hospital da Mulher, Damyeska Alves.

Trabalhar o tronco – Já a fisioterapeuta do Hospital da Mulher, Danielly Palmeira, salientou que trabalhar o controle de tronco do paciente é imprescindível para o sucesso do desmame da ventilação mecânica. “Tendo esse controle de tronco, a equipe acaba por trabalhar também o quadríceps (músculo femoral, localizado na face anterior da coxa, envolvendo quase que por completo o fêmur) do paciente. Os exercícios auxiliam não apenas na respiração, como também, na recuperação do paciente para atividades da vida diária", explicou.

Ainda de acordo com a fisioterapeuta do HM, esse trabalho é necessário porque os pacientes com Covid-19 internos na UTI ficam, geralmente, muitos dias usando bloqueadores neuromusculares e sedativos. Com isso, eles acabam ficando fracos, o que é natural nesses casos.

Segundo Danielly Palmeira, não existe um período estimado para que a equipe possa dar uma avaliação no que diz respeito ao quadro do paciente quanto ao uso contínuo da cadeira. Isso porque, segundo ela, cada caso é um caso e o resultado vai depender muito da tolerância do paciente durante os exercícios.  

“São evoluções diárias. Fazemos o primeiro teste quando o colocamos na cadeira e, a partir disso, percebemos o controle que ele tem. Muitas vezes, ele precisa ter o controle da cervical e do tronco. O paciente tendo, ele vai conseguir, com toda certeza, evoluir junto ao trabalho da equipe multidisciplinar e, com isso, voltar a ter todos os movimentos, imprescindíveis às suas atividades normais”, frisou Danielly Palmeira, ao ressaltar que, antes de sentá-lo na cama, serão verificadas a pressão arterial, saturação e a frequência cardíaca.

Texto de Marcel Vital
Foto: Marcel Vital