Câncer de testículo: diagnóstico precoce aumenta chances de cura

Por Assessoria de Comunicação
04/04/2025 22:19
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Uma notícia chocou os amantes de futebol nesta primeira semana de abril: o ex-meia do Vitória, Leandro Domingues, morreu aos 41 anos após uma luta contra o câncer de testículo. A morte do ídolo chamou a atenção para a importância da conscientização sobre o tumor – que deve registrar aproximadamente 1700 novos casos no Brasil em 2025, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Urologista e preceptor do curso de Medicina da Universidade Salvador (UNIFACS), Nilo Jorge Leão explica que não existem medidas preventivas específicas que sejam comprovadas para evitar o tumor, pois muitos fatores de risco são congênitos ou genéticos. “Porém, o autoexame mensal e consultas regulares com o urologista são fundamentais para o diagnóstico precoce, o que aumenta significativamente as chances de cura”, revela.
De acordo com o médico, a correção cirúrgica (orquidopexia) em crianças com criptorquidia (condição em que um ou ambos os testículos não descem para o saco escrotal), quando realizada até os dois anos de idade, pode reduzir o risco de desenvolvimento do tumor no futuro. Histórico pessoal ou familiar do tumor, síndromes genéticas (como a disgenesia gonadal) e história prévia de tumor no testículo contralateral são considerados fatores de risco.
Além disso, estudos sugerem que exposição prolongada a pesticidas, distúrbios endócrinos durante a gestação e exposição ocupacional a sustâncias químicas podem estar relacionados ao aumento do risco da neoplasia. Porém, o urologista reforça que “ainda não há um consenso definitivo sobre o impacto desses fatores ambientais no surgimento da doença”.
Diagnóstico e tratamento
O câncer de testículo possui taxas de cura superiores a 95% quando diagnosticado precocemente. Apesar de ser um câncer raro – representando apenas 1% dos tumores malignos, ele afeta homens em plena fase de produtividade de vida, entre os 15 e 35 anos.
Educação em saúde, desmistificação do exame genital e vigilância ativa são fundamentais para um diagnóstico precoce e maiores chances de cura. “Enquanto outros tipos de câncer ainda dependem de terapias complexas e caras, o câncer de testículo diagnosticado precocemente é, muitas vezes, curado apenas com a cirurgia”, complementa o Nilo Jorge Leão.
Porém, em estágios mais avançados, tratamentos com quimioterapia, radioterapia ou transplantes podem ser necessários.
Atenção aos sintomas
Como a maioria das doenças, Nilo Jorge Leão reforça que o câncer de testículo também possui sinais e sintomas iniciais que devem ser observados pelos homens e acender o alerta para uma consulta com um especialista, tais como:
Aumento ou nódulo indolor no testículo (sinal mais comum);
Sensação de peso ou desconforto no escroto;
Mudança na consistência ou no tamanho testicular;
Dor leve e persistente no testículo ou abdômen inferior;
Em casos mais avançados, dor na lombar, ginecomastia e dispneia.
Homens com fatores de risco importantes – como criptorquidia, histórico familiar ou tumor testicular anterior – devem ser acompanhados por um urologista. “Esse acompanhamento envolve o exame físico regular e, quando indicado, ultrassonografia testicular. O autoexame mensal continua sendo uma ferramenta importante”, finaliza o preceptor da UNIFACS, cujo curso de Medicina integra a Inspirali.
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