Dia da Baiana de Acarajé é celebrado com programação especial no Centro Histórico

Por Mateus Soares/ Secom PMS
25/11/2025 15:59
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A celebração pelo Dia Nacional da Baiana de Acarajé reuniu, nesta terça-feira (25), dezenas de baianas de diversos bairros de Salvador e até de outros municípios, que ocuparam o Centro Histórico com seus trajes tradicionais.

A programação especial foi organizada pela Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam), com apoio da Prefeitura, e contou com a presença da vice-prefeita e secretária municipal de Cultura e Turismo (Secult), Ana Paula Matos, além do diretor de Turismo de Salvador, Gegê Magalhães.

As atividades começaram pela manhã, com uma missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho. Após a cerimônia, as baianas seguiram em cortejo até a Praça da Cruz Caída, acompanhadas pelo grupo percussivo Tambores e Cores. No início da tarde, um almoço reuniu cerca de 400 convidados na sede da Abam.

Na ocasião, Ana Paula Matos afirmou que o ofício das baianas representa um símbolo cultural do município. “As baianas são um verdadeiro patrimônio imaterial de Salvador. Um símbolo da nossa cidade e do Brasil. Juntos, estamos empenhados em garantir esse merecido título. Muitas de vocês me viram por aqui, chegando a trocar o almoço pelo acarajé aos domingos. Faço isso com muito amor, não apenas pela delícia que é essa iguaria, mas também porque sei que, por trás de cada tabuleiro, há uma baiana, há uma família que vive de forma honrada e digna do seu trabalho", disse.

“As baianas escolhem cada ingrediente com dedicação e carinho. Esse amor está presente desde a escolha dos produtos na feira até o momento em que elas se dedicam ao trabalho. São inúmeras as famílias que prosperaram de maneira honrada, criando seus filhos por meio do trabalho das baianas de acarajé. Por isso, expresso meu reconhecimento público, como pessoa, como cidadã e também na função de vice-prefeita, pelo trabalho e pela dedicação de cada uma”, completou Ana Paula. A gestora recebeu um certificado de Amiga das Baianas.

O diretor de Turismo, Gegê Magalhães, falou sobre a importância histórica e cultural da categoria, reforçando que hoje é dia de reverenciar a força, a fé e a tradição das profissionais.
“São elas que preservam nossos sabores, nossas crenças, nossa ancestralidade e que transformam cada esquina em um templo de cultura e acolhimento. As baianas são muito mais que um símbolo: são resistência, luta e identidade. Representam o povo negro que construiu essa cidade com coragem, com afeto e com uma espiritualidade que abraça quem chega”, disse.
A presidente da Abam, Rita Santos, ressaltou que a data reforça a união da categoria e do reconhecimento municipal. “O Dia da Baiana é todo dia, mas existe essa data específica em que elas se encontram. Também é momento de agradecer pelo ano que está terminando e pensar nas próximas reivindicações. É um ofício composto 100% por mulheres negras, que está sempre precisando de ajuda. Este ano, felizmente, a Prefeitura de Salvador nos tornou patrimônio da cidade”, declarou.
Entre as participantes, a baiana Simone de Souza, que atua há 40 anos no Pelourinho, citou o significado do encontro: “As baianas são guerreiras que lutam diariamente para garantir seu sustento e levar alimento para suas famílias. É motivo de orgulho essa homenagem a todas essas mulheres que se dedicam ao seu trabalho, buscando o pão de cada dia e sobrevivendo. É uma forma de valorizar nossa cultura e ancestralidade”.
Conhecida no bairro do Cabula, a baiana Márcia Rejane reforçou o sentimento de confraternização e pertencimento. “É uma oportunidade de estarmos juntas, celebrando nossa profissão. Temos, ao menos, um dia no ano dedicado à confraternização e união, sendo esta uma comemoração especial para nós. Este reconhecimento é tudo para nós, que exercemos nossa profissão com amor, carinho e determinação”, contou.
Fotos: Jefferson Peixoto e Adam Vidal/ Secom PMS
Texto: Mateus Soares/ Secom PMS