Festas juninas e fibromialgia: confira cuidados para aproveitar as celebrações sem intensificar os sintomas

Festas
Alimentos pró-inflamatórios, exposição ao frio, noites mal dormidas e excesso de bebidas alcoólicas podem provocar ou acentuar as dores

As festas juninas estão entre as celebrações populares mais esperadas do ano, seja pelas tradições, música, danças ou comidas típicas. Mas participar dos eventos do período pode ser um verdadeiro desafio para pessoas que têm fibromialgia, condição crônica marcada por dores generalizadas, fadiga persistente e distúrbios do sono.

Isso porque as mudanças na rotina, como longas viagens e consumo de pratos com excesso de açúcar, sal e gorduras, tendem a agravar os sintomas da doença, tornando o momento menos agradável. No entanto, com cautela e moderação é possível desfrutar dos festejos de forma saudável e segura.

Médica reumatologista da Clínica Ceder, Emanuela Pimenta reforça que o primeiro cuidado, e também o mais importante, é o respeito aos próprios limites. “É natural a vontade de estar presente em várias comemorações, mas é necessário ouvir o corpo e evitar situações que podem intensificar a percepção da dor. Durante as festividades, mantenha pausas estratégicas, opte por ambientes mais tranquilos e controle as quantidades de doces, frituras e carboidratos”, orienta.

Atenção aos alimentos

O cardápio junino oferece diversas opções, a começar pelos bolos, caldos e receitas à base de milho. Contudo, por mais delicioso que seja, possui ingredientes capazes de contribuir para a inflamação do organismo, uma das principais causas da dor em quadros de fibromialgia.

Nutricionista e professora do curso de Nutrição da Universidade Salvador (UNIFACS), Deborah Leão ressalta que os pacientes devem restringir o consumo de alimentos considerados pró-inflamatórios, a exemplo de ultraprocessados e itens que contêm gorduras saturadas, açúcares refinados e sódio.

Em contrapartida, mesmo na época festiva, o recomendado é permanecer seguindo uma dieta que inclui frutas, vegetais folhosos verdes, sementes e fontes de ômega-3 (peixes como sardinha, atum e salmão). “Ou seja, manter uma alimentação variada em nutrientes que estão associados à redução da dor, sensação de bem-estar e ao potencial relaxante. Opções ricas em triptofano, magnésio, cálcio e que aumentam a produção de serotonina e melatonina entram na lista”, diz a nutricionista.

Outra indicação é a continuidade do padrão de hidratação, pois ajuda a metabolizar os nutrientes de maneira apropriada e fazer com que atuem como marcadores anti-inflamatórios.

Aproveitar com menos dores

Para aqueles que buscam o equilíbrio em meio às festas, Emanuela Pimenta traz algumas dicas que ajudam a conter os desconfortos:

Agasalhe-se bem e, se precisar, use compressas mornas. O frio e a umidade aumentam a sensibilidade, deixando a dor ainda mais intensa;

Limite o consumo de pratos doces, frituras e carboidratos. Experimente os quitutes, porém em pequenas porções;

Evite longas horas de dança sem pausa. Movimentar-se ajuda, mas sem exageros;

Durma bem antes e depois das comemorações, pois sono ruim é sinônimo de dor em dobro. Planeje momentos de descanso e leve seu travesseiro na viagem, caso seja possível;

Cuidado com o barulho e a agitação em excesso. Ambientes muito cheios e barulhentos podem causar sobrecarga sensorial;

Mantenha a medicação (e suplementação) em dia. Nada de pular doses ao longo dos festejos;

Álcool em excesso atrapalha o sono e piora a dor no dia seguinte. Hidrate-se e preze pela moderação na ingestão de bebidas.

Informações à Imprensa
VICTOR ROSA/ MOISÉS BRITO
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