Mais de 200 animais são resgatados pela equipe Fauna durante Fiscalização Preventiva Integrada
Por Assessoria de Comunicação da FPI/BA
29/11/2022 03:35
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Foram soltas 70 aves - já com condições de serem reinseridos na natureza - das espécies cardeal-do-nordeste, golinho, papa-capim, sofrê, tico-tico, canário-da-terra, pássaro-preto, sebinho e sabiá, além de sete animais mamíferos (preás)
A Equipe Fauna Silvestre, que está atuando na 46a etapa da Fiscalização Preventiva e Integrada do Rio São Francisco, já resgatou, na primeira semana de atuação, 237 animais em diversas regiões do Município de Paulo Afonso. 70 aves das espécies cardeal-do-nordeste, golinho, papa-capim, sofrê, tico-tico, canário-da-terra, pássaro-preto, sebinho e sabiá, além de sete animais mamíferos (preás), foram devolvidas à natureza em ação de soltura.
Os primeiros dias da operação tem sido marcado, ainda, por ações educativas, entregas voluntárias e tratamento de animais resgatados. “Cada animal resgatado ou recebido, ao chegar à base da Fauna, recebe imediatamente hidratação e alimento. Em seguida, os técnicos avaliam individualmente o comportamento, o escore corporal e condições das penas de voo, no caso de aves”, coordenador da equipe, Uequison Venicius.
Quando já estão aptos, os animais são agrupados e encaminhados a soltura imediata em áreas de ocorrência natural. “Os animais que apresentam alguma alteração (acima ou abaixo do peso, manso, com falta de penas ou ferido), são devidamente atendidos e medicados no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETRAS). Quando é necessária alguma intervenção veterinária mais invasiva, a Equipe Fauna contata clínicas e/ou hospitais veterinários na cidade sede da operação”, explica Uequison.
De acordo com o coordenador da equipe Fauna da FPI, além da soltura e retorno ao habitat natural dos animais que encontram-se no CETRAS, a equipe continuará sensibilizando as pessoas através de palestras, meios de comunicação, e atuação na repressão ao comércio ilegal e tráfico.
Compõem a FPI Bahia
Integram a FPI diversas equipes formadas por profissionais de instituições públicas e da sociedade civil. A coordenação geral é da promotora de Justiça Luciana Khoury; de Maciel Oliveira, presidente do CBHSF e do representante do Crea/BA, José Augusto Queiroz.
Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB); Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB); Agência Peixe Vivo; Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia (Agendha); Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia (Agersa); ONG Animália; CBHSF; Corpo de Bombeiros Militar (CBM/BA); Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE-PM); Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa-PM); Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA/BA); Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV); Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental (Divisa); Fundação Nacional de Saúde (Funasa); Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (FBCA); Conselho Regional dos Técnicos Industriais do Estado da Bahia (CRT); Germen Grupo de Defesa e Promoção Socioambiental (GERMEN); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac); Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Marinha do Brasil; MP/BA; MPF/BA; MPT 5ª Região; Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Polícia Civil; Polícia Federal; Polícia Militar; Polícia Rodoviária Federal; Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri); Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz); Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi); Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab); Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre); Sindicato dos Técnicos Industrias da Bahia (SINTEC-BA); Secretaria do Patrimônio da União (SPU); Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia (Sudec); Universidade Federal da Bahia (UFBA); Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
O Velho Chico
O Rio São Francisco é um dos mais importantes cursos d’água do Brasil e um dos maiores da América do Sul. É um manancial que passa por cinco estados e 505 municípios, tendo sua nascente geográfica localizada na cidade de Medeiros e sua nascente histórica na serra da Canastra, em São Roque de Minas, ambas cidades situadas no centro-oeste de Minas Gerais. Seu percurso passa pelos estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, onde acaba por desaguar no Oceano Atlântico.
O Velho Chico possui área de aproximadamente 641.000km², com 2.863km de extensão. Atualmente suas águas servem para abastecimento e consumo humano, turismo, pesca e navegação.
Ao longo dos anos, vítima da degradação ambiental do homem e da exploração das usinas hidrelétricas, o Rio São Francisco precisa de atenção permanente.
O desmatamento dá lugar às monoculturas e carvoarias que comprometem o próprio São Francisco e seus afluentes, provoca o fenômeno do assoreamento, poluição urbana, industrial, minerária e agrícola. Irrigação e agrotóxicos são outras questões que comprometem o rio. As atividades consomem muita água, muitas vezes furtada, já que a captação geralmente é feita sem a devida outorga por parte da Agência Nacional de Águas (ANA) e órgãos dos estados.
Há ainda os casos das barragens e hidrelétricas que expulsam comunidades inteiras e que impedem os ciclos naturais do rio, provocando o aumento da pobreza. Nessas situações de abusos, quem mais acaba sofrendo é a população ribeirinha. Esses, de fato, são os principais problemas diagnosticados no Velho Chico.
Assessoria de Comunicação da FPI/BA