Casos de catapora crescem 10,7% na Bahia em 2025; doença pode ser prevenida com vacina

Por Assessoria de Comunicação
05/09/2025 12:47
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Com o fim do inverno e o início da primavera, agora em setembro, os profissionais de saúde alertam para o aumento da incidência de varicela, mais conhecida como catapora. Altamente transmissível, a doença infectocontagiosa, que pode ser prevenida por vacina, é causada pelo vírus Varicela-Zoster e afeta, especialmente, as crianças. Adolescentes e adultos não imunizados também estão suscetíveis e podem apresentar quadros mais graves.
Dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) apontam que, de janeiro a agosto de 2025, houve um aumento de 10,7% nos casos da varicela no estado, com a confirmação de 788 ocorrências. No ano passado, foram registrados 704 casos. As notificações para a doença este ano, até o dia 23 de agosto, concentram-se em Salvador, com 319 casos, Itapetinga (40), Camaçari (34), Porto Seguro (27) e Itiúba (26).
O infectologista e consultor do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, pontua que a doença, que se propaga de forma rápida, pode ser prevenida com vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede privada. “Temos vacinas seguras e eficazes para prevenir a doença e suas complicações graves. Por isso, os pais devem manter o calendário vacinal das crianças em dia, principalmente neste período do ano, quando as temperaturas começam a subir e há maior circulação de pessoas em ambientes como escolas e creches”, afirma.
O especialista ainda orienta que as crianças devem tomar a primeira dose entre 12 e 15 meses e a segunda entre 4 e 6 anos. Em situações de surto, é possível vacinar os bebês a partir do 9º mês de vida. Já os adolescentes e adultos que não tiveram catapora e não se vacinaram devem tomar duas doses, com um intervalo mínimo de quatro semanas entre elas.
Transmissão e sintomas
Claudilson Bastos acrescenta que a catapora é uma doença que precisa de atenção. Isso porque o contágio ocorre por meio de gotículas respiratórias, como tosse, espirro e saliva, além de objetos contaminados com o vírus, que pode aumentar a gravidade ao migrar para os órgãos internos.
“Por conta disso, ao aparecer sintomas como erupções vermelhas na pele, seguida de coceira, febre baixa, mal-estar, cansaço, dor de cabeça, perda de apetite e infecção no ouvido, o indivíduo deve ficar em isolamento até que todas as lesões na pele se transformem em crostas, o que ocorre após cerca de 7 dias do início das manchas”, orienta.
Ele acrescenta também que os pais devem procurar uma unidade de saúde para o diagnóstico e início do tratamento mais indicado dos filhos. O mesmo vale para os adolescentes e adultos, que podem apresentar quadros mais severos da doença. “Enquanto a infecção em crianças é, geralmente, benigna e autolimitada, em adultos apresenta uma febre mais elevada e prolongada, lesões na pele mais acentuadas e complicações graves, como encefalite e pneumonia, que podem levar a óbito, principalmente em pessoas imunocomprometidas”, alerta.
Foto: Shuttertock